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Resumo Rápido

  • O Veredito da NASA: O escurecimento de 2019 não foi um prelúdio de supernova, mas uma Ejeção de Massa de Superfície que esfriou e virou poeira, bloqueando a luz.
  • Física Implacável: A explosão é inevitável quando o núcleo acumular ferro suficiente, mas a escala de tempo pode variar de "amanhã" a talvez 100 mil anos.

Betelgeuse enganou todo mundo. A supergigante vermelha de Órion perdeu brilho drasticamente no final de 2019. O evento ficou conhecido como “O Grande Escurecimento”.

Astrônomos e entusiastas criaram teorias imediatas. A principal aposta era uma supernova. A estrela estaria prestes a colapsar e iluminar o céu da Terra. Não foi o que aconteceu.

A NASA analisou os dados do Hubble e resolveu o mistério. analisou os dados do Hubble e resolveu o mistério. A explicação é menos catastrófica e mais mecânica. Betelgeuse sofreu uma Ejeção de Massa de Superfície. A estrela expeliu uma quantidade absurda de plasma quente para o espaço. Esse material se afastou e resfriou rapidamente. O gás virou poeira sólida.

Essa nuvem de poeira ficou exatamente entre a estrela e a Terra. Ela bloqueou a luz visível. Betelgeuse não estava morrendo. Ela estava apenas escondida atrás da própria sujeira.

A física do colapso

Betelgeuse vai explodir. Isso é inevitável. Estrelas desse porte queimam combustível rápido demais. Elas fundem elementos cada vez mais pesados no núcleo para equilibrar a gravidade.

Uma hora a conta não fecha. O ferro se acumula no centro e a fusão para. A gravidade vence. O núcleo colapsa em fração de segundos e ejeta as camadas externas.

O resultado é uma supernova Tipo II. Quando isso ocorrer, Betelgeuse brilhará tanto quanto a meia-lua. Será visível até durante o dia. O show durará alguns meses antes de apagar.

O problema é o “quando”. Pode ser amanhã. Pode demorar 100 mil anos. A estrela está perto do fim em escala cosmológica. Para a escala humana, ela continua sendo apenas um ponto vermelho instável no céu de inverno.

O cadáver estelar

Temos um exemplo prático do futuro de Betelgeuse ali perto. A [Nebulosa do Caranguejo] é o resto mortal de uma explosão similar. Observadores na Terra registraram o evento no ano 1054. A “estrela convidada” brilhou intensamente e depois sumiu.

Hoje vemos apenas os destroços. A nebulosa é uma nuvem de gás em expansão rápida. No centro existe um pulsar. É uma estrela de nêutrons densa e magnetizada. Ela gira 30 vezes por segundo e emite radiação rítmica.

Esse é o destino final de Betelgeuse. Uma explosão violenta seguida de um resto giratório e frio.

Por enquanto Betelgeuse segue lá. Ela recuperou o brilho normal. O ritmo de pulsação de 400 dias voltou a se estabilizar. O alarme de 2019 foi falso. A física continua a mesma.

Constelações de Órion e Touro
Fig. 1: Uma vista das constelações de Órion e Touro, destacando Betelgeuse e a Nebulosa do Caranguejo.
[Fonte: Stellarium]
Animação da Nebulosa do Caranguejo
Fig. 2: Esta composição combina dados de 5 telescópios (Rádio, Infravermelho, Visível, UV e Raio-X) para mostrar o remanescente da supernova.
[Créditos: NASA, ESA, G. Dubner et al.]
[SYSTEM_LOG]: Dados originais extraídos de NASA / JPL