As superstições acompanham a humanidade desde tempos imemoriais, e, por mais curiosas que possam parecer, muitas delas ainda sobrevivem ao passar dos séculos. Embora a ciência e o pensamento racional tenham avançado, crenças antigas sobre sorte, azar e forças invisíveis continuam a influenciar o comportamento de muitas pessoas. Quem nunca hesitou em quebrar um espelho ou evitou abrir um guarda-chuva dentro de casa? A verdade é que, quando falamos de superstições, mesmo os mais céticos podem ser surpreendidos por uma pontinha de dúvida.
Quer descobrir quais são as superstições mais populares e suas origens curiosas? Vamos explorar as mais conhecidas de todos os tempos e entender por que elas continuam a mexer com nosso imaginário.
As Superstições Mais Populares e Suas Curiosas Origens
1. Chinelo virado para baixo: a morte da mãe
Uma das superstições mais fortes no Brasil diz que deixar o chinelo virado para baixo pode causar a morte da mãe. Parece absurdo, mas muitos ainda se preocupam com essa possibilidade. A origem dessa crença pode estar ligada à época em que não havia pisos nas casas e o chinelo sujo de lama trazia transtornos, especialmente para as mães, que muitas vezes cuidavam da limpeza. Com o tempo, esse incômodo cotidiano acabou se transformando em um mito sombrio.
2. Passar debaixo de escada traz azar
Essa superstição tem raízes no Egito Antigo, onde escadas encostadas na parede formavam um triângulo, considerado sagrado. Passar por dentro dessa figura geométrica seria um desrespeito aos deuses, o que atrairia má sorte. Mesmo sem essa explicação, muita gente ainda prefere dar a volta na escada para evitar qualquer “risco” de azar.
3. Quebrar espelho: sete anos de azar
O mito de que quebrar um espelho pode trazer sete anos de azar provavelmente surgiu com a ideia de que a imagem refletida representava uma parte da alma. Ao quebrá-lo, seria como quebrar uma parte de si mesmo, selando um destino de infortúnios. Sete anos, para muitas culturas, é um ciclo de renovação, por isso o período de azar está associado a essa duração.
4. Orelha queimando? Alguém está falando de você
Quem nunca sentiu a orelha esquentar e ouviu alguém dizer: “Estão falando de você!”? Essa superstição vem de tempos antigos, quando se acreditava que a sensação de queimação na orelha era causada por algum feitiço ou fofoca. Para descobrir quem estava falando, a pessoa deveria passar o dedo molhado na bochecha e tentar adivinhar o nome do “fofoqueiro”.
5. O noivo não pode ver a noiva antes do casamento
Essa é uma tradição que ainda se mantém forte nos dias de hoje. Na verdade, ela surgiu de casamentos arranjados, onde o noivo só conhecia a noiva no momento da cerimônia. A superstição servia para evitar que, ao ver a noiva antes, o noivo fugisse, destruindo o acordo matrimonial que, muitas vezes, tinha implicações financeiras entre as famílias.
6. Comer ave no Ano Novo traz azar
Muitos acreditam que comer carne de ave na virada do ano pode fazer com que a pessoa “cisque para trás”, ou seja, tenha um ano de retrocessos e perdas. A explicação vem do fato de que as aves, como galinhas, ciscam para trás ao procurar alimento. Para garantir prosperidade, muitos preferem carnes de animais que “avançam”.
7. Coceira na palma da mão: dinheiro à vista
Essa é uma superstição que desperta a esperança de muitos. Dizem que, quando a palma da mão esquerda coça, é sinal de que o dinheiro está chegando. Por outro lado, se for a mão direita, é bom preparar-se para gastar ou receber uma visita inesperada. Não há qualquer base científica nisso, mas quem vai querer arriscar?
8. Pisar no cocô dá sorte
Por mais estranho que pareça, há quem acredite que pisar em cocô de cachorro pode trazer sorte. Embora a lógica por trás disso seja inexistente, a ideia é que, por ser um incidente desagradável, seria recompensado com algum tipo de boa fortuna. Alguns até associam isso à chance de ganhar na loteria!
9. Bater três vezes na madeira
Este gesto é um clássico. Quando alguém fala algo ruim, a reação automática é bater na madeira três vezes para afastar a má sorte. A origem dessa superstição remonta a culturas pagãs, onde se acreditava que espíritos bons viviam nas árvores. Bater na madeira seria uma forma de invocar proteção contra o mal.
10. Abrir guarda-chuva dentro de casa dá azar
Abrir um guarda-chuva dentro de casa é considerado um gesto de má sorte desde os tempos antigos. No Egito, guarda-chuvas feitos de penas de pavão eram usados para proteger a realeza do sol. Abrir um desses artefatos sagrados em um espaço fechado era visto como um desrespeito aos deuses, especialmente ao deus Rá, que representava o Sol.
11. Vassoura atrás da porta espanta visitas indesejadas
Se você quer se livrar de visitas chatas, há quem diga que basta deixar uma vassoura atrás da porta. Essa crença surgiu entre os camponeses, que acreditavam que a vassoura tinha o poder de afastar maus espíritos. Colocá-la atrás da porta seria um escudo invisível contra visitas inoportunas ou mesmo energias negativas.
12. Apontar para as estrelas faz nascer verruga
Apontar o dedo para uma estrela no céu pode parecer inofensivo, mas há quem diga que isso fará nascer uma verruga em sua mão. Embora ninguém saiba de onde surgiu essa ideia, ela ainda é mencionada, principalmente por avós, que advertem as crianças a não correrem esse “risco”.
13. Gato preto atravessando o caminho
Essa superstição é muito popular e tem diferentes significados dependendo da cultura. Na Idade Média, os gatos pretos eram associados à bruxaria, e cruzar com um deles era considerado sinal de má sorte, especialmente à noite. Por outro lado, em algumas culturas, como no Reino Unido, o gato preto é visto como um símbolo de boa sorte.
14. Espalhar sal para afastar o azar
Derrubar sal à mesa é considerado um presságio de má sorte em muitas culturas. Para neutralizar o azar, a tradição diz que você deve pegar um punhado de sal e jogá-lo por cima do ombro esquerdo. Essa prática vem da ideia de que o diabo se esconde do lado esquerdo, e o sal jogado impediria sua aproximação.
15. Não brindar com água
Brindar com água é uma prática considerada de má sorte em muitos países. Na Grécia Antiga, a água era usada em brindes para os mortos, e, portanto, brindar com ela seria como desejar azar ou morte aos presentes. O correto é sempre brindar com uma bebida alcoólica ou suco, nunca com água pura.
16. Assobiar dentro de casa atrai infortúnio
Muitas culturas acreditam que assobiar dentro de casa traz má sorte ou atrai maus espíritos. Na Rússia, por exemplo, acredita-se que assobiar em casa espanta a riqueza, deixando a pessoa pobre. Essa superstição se espalhou para outros países, e muitas pessoas evitam assobiar em ambientes fechados.
17. Varrer os pés de alguém impede o casamento
Essa superstição é bastante comum no Brasil e em algumas regiões da América Latina. Diz-se que, se uma vassoura passar pelos seus pés enquanto alguém está varrendo, você não vai se casar. Para muitos, é motivo para pular e evitar a vassoura de todas as formas.
18. Número 13: o número do azar
O número 13 é considerado azarado em várias culturas, especialmente nas ocidentais. O medo desse número é tão forte que muitos edifícios evitam ter um 13º andar ou uma sala com esse número. A superstição vem de várias origens, incluindo a Última Ceia, onde o 13º convidado foi Judas, o traidor de Jesus. Nos Estados Unidos, a sexta-feira 13 também é vista como um dia particularmente azarado.
19. Cair a faca: visitas estão a caminho
Outra superstição bem conhecida é a de que, se uma faca cair acidentalmente no chão, isso significa que uma visita inesperada está a caminho. Em algumas variações, a pessoa que “vai chegar” depende do objeto: uma faca indica a vinda de um homem, enquanto um garfo ou colher pode indicar a chegada de uma mulher.
20. Lavar roupa no Ano-Novo traz má sorte
No Brasil e em algumas culturas latino-americanas, acredita-se que lavar roupa no primeiro dia do ano traga má sorte. A superstição diz que, ao fazer isso, você “lava” a vida de alguém para fora, o que poderia significar a morte de um ente querido. Por isso, muitas famílias evitam qualquer trabalho doméstico no dia 1º de janeiro.
21. Rabo de cavalo traz boa sorte
No Oriente Médio e em algumas partes da Europa, pendurar um rabo de cavalo em frente à casa ou no estábulo era considerado um amuleto para afastar o mal e trazer sorte. Hoje, embora menos comum, essa prática ainda é vista em algumas fazendas.
22. Colocar chapéu em cima da cama traz azar
Essa superstição é bastante difundida em países europeus e nas Américas. Colocar um chapéu em cima da cama é visto como um convite ao azar. Acredita-se que o chapéu, por estar tão próximo à cabeça (onde reside a alma, segundo algumas crenças), poderia atrair más energias quando colocado em um local destinado ao descanso, como a cama.
23. Cruzar os dedos para dar sorte
Cruzar os dedos é um gesto muito comum feito para atrair boa sorte. Embora a origem exata não seja clara, acredita-se que tenha raízes no cristianismo primitivo, onde o gesto simbolizava uma cruz e era feito como uma forma de pedir proteção ou ajuda divina.
24. Matar uma aranha de manhã dá azar
Embora muitos possam se assustar ao encontrar uma aranha pela manhã, em várias culturas, matar o animal nesse período é considerado de péssimo agouro. Em vez disso, dizem que você deve libertar a aranha para evitar a má sorte. Curiosamente, em alguns lugares, as aranhas são vistas como símbolos de sorte e prosperidade.
25. Entrar com o pé direito
Em diversas culturas, começar qualquer coisa com o pé direito é visto como um bom sinal. Isso pode ser desde entrar em um novo local até iniciar um projeto. A crença é que o lado direito está associado à boa sorte e à energia positiva, enquanto o lado esquerdo seria o oposto. Portanto, começar com o pé direito garantiria sucesso e proteção.
Conclusão
Existem muito mais superstições para explorar, aqui colocamos somente algumas, todavia você pode encontrar mais por ai pesquisando por Palavras-chave relacionadas ao tema, como: “superstições populares”, “origens das superstições”, “crenças supersticiosas”, “superstições brasileiras”, “crenças antigas”, “superstições do Brasil”, “tradições supersticiosas”, “crenças culturais”
Essas superstições revelam muito sobre os costumes e crenças de diferentes povos ao longo da história. Mesmo que muitas delas não tenham base racional, continuam sendo transmitidas de geração em geração, tornando-se parte do cotidiano de milhões de pessoas. Afinal, seja por precaução ou tradição, sempre há aquele momento em que preferimos seguir o que dizem os mais antigos. E você, quantas dessas superstições já seguiu sem perceber?
Temos diversos contos relacionados a lendas e mitos no blog, fique a vontade para explorar, veja a lenda urbana de Bloody Mary por exemplo.
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